literatura brasilieraNos dias 11 de maio e 06 de junho, o grupo de estudo Narrativas e Memória que, este semestre, tem como objeto de discussão o tema da violência, destacou como o temário é explorado na literatura brasileira a partir dos textos “Literatura e violência no Brasil”, de Jaime Ginzburg, e “Linguagem da violência e Realismo literário à brasileira, de Fábio Marques Mendes. O grupo de estudo é coordenado pela Profa. Dra. Cilene Pereira e está em funcionamento desde abril de 2015. Sua próxima reunião acontecerá no dia 13 de julho, no encerramento do semestre.

Ginzburg trata o tema, partindo da análise de obras de Machado de Assis, Graciliano Ramos e Guimarães Rosa, observando o posicionamento do narrador nos textos e como eles lidam com a violência que emana das ações das personagens. O crítico destaca que “O papel preponderante de políticas e estruturas autoritárias ganha nitidez quando observamos a presença impressionante da violência, sobretudo da violência a serviço do Estado, em nossa formação histórica; isso torna necessário perceber o processo histórico em termos de uma dinâmica múltipla, marcada por conflitos e antagonismos, por repressão e resistência.” (GINZBURG, 2010, p. 137).

No texto de Mendes, retirado de sua dissertação de mestrado sobre a obra de Marçal Aquino, temos uma discussão de como a violência na literatura contemporânea é formatada pela expressão de um “novo realismo”, consequência de um “realismo refratado”, “composto pela convivência múltipla de técnicas de representação, tais como a fragmentação e estilização, colagem e montagem, e que traduzem as condições específicas da sociedade brasileira contemporânea, como caos urbano, desigualdade social, abandono do campo, empobrecimento das classes médias, vio­lência crescente, combinados com a sofisticação tecnológica das comunicações e da indústria cultural, gerido por uma concepção política neoliberal e integrado na globalização econômica”. (MENDES, 2015, p. 73).